Eu sei.
Ficar no buraco cansa.
Não é um cansaço físico — é um cansaço de alma. Um peso que não tem nome, só presença.
A parte mais cruel do buraco não é nem a escuridão.
É a sensação de que ninguém mais está olhando pra você lá dentro.
E, olha, eu não vim te dizer que vai passar.
Porque tem dias que não passa mesmo.
Tem dias que a gente só segura firme o próprio corpo pra ele não despencar de vez.
Mas tem uma coisa que ninguém te disse, ou te disse tão bonito que você nem escutou:
O buraco também é território.
É onde você ouve sua voz sem filtro.
É onde você entende que levantar não é mágica, é militância íntima.
É onde você percebe que tem mais gente cavando com as próprias unhas, do seu lado, do que você imagina.
Se você está no buraco, eu não vou te jogar uma corda.
Eu vou te jogar uma caneta.
E um pedaço de papel rasurado.
Pra você escrever ali mesmo.
Pra transformar esse chão em manifesto.
A LOBA não espera você estar bem pra te dar um caderno.
Ela espera que você esteja cansada de fingir.
E quando esse dia chegar — mesmo exausta, mesmo doendo — eu vou estar aqui.
Não pra te tirar do buraco.
Mas pra sentar do seu lado.
E te dar papel.
Porque é escrevendo, rabiscando, rasurando, que a gente cava a saída.
Juntas.
— LOBA
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